Uma dieta saudável e exercícios regulares poderiam ser as chaves para manter o cérebro livre das alterações que conduzem a doença de Alzheimer, sugere um pequeno estudo.
Os investigadores estudaram 44 pacientes de 40 a 85 anos de idade que teriam problemas leves de memória. Verificaram que os cérebros dos que seguíam uma dieta mediterrânea e eram fisicamente ativos teriam menos placas senis, uma característica do Alzheimer, que aqueles cujas dietas eram menos saudáveis e eram menos ativos.
“Sabe-se que a doença de Alzheimer é incurável, mas até pouco tempo não se havia pensado que pudesse ser prevenível”, comentou o investigador chefe, o Dr. David Merrill, professor clínico assistente de psiquiatria e ciências da conduta da Faculdade de Medicina David Geffen da UCLA, em Los Ángeles.
Numerosos estudos tem sugerido que um estilo de vida saudável relaciona-se com um encolhimento cerebral reduzido e taxas menores de atrofia no tecido cerebral, assinalou.
Mas este é o primeiro estudo a mostrar a forma nas quais fatores relacionados ao estilo de vida influem de forma direta nos níveis de depósitos anômalos de proteína no cérebro que ha muito se tem vinculado com a doença de Alzheimer. Além disso, os indivíduos do estudo foram pessoas com perda sutil de memória que todavía não haviam sido diagnosticadas com demência, anotou Merrill.
“A descoberta de que poderíamos detectar esta influência do estilo de vida a nível molecular em um paciente com síntomas tão iniciais nos surpriendeu”, disse.
As conclusões reforçam a importância de viver uma vida saudável para a “prevenção do desenvolvimento da patologia cerebral do Alzheimer, inclusive antes do desenvolvimento de una demência clinicamente significativa”, afirma Merrill.
O informativo aparece na edição de 16 de agosto da revista American Journal of Geriatric Psychiatry.
No estudo, Merrill e seus colaboradores submeteram os pacientes a TEP para determinar os níveis de depósitos de proteína em seus cérebros. Os investigadores observaram específicamente os níveis dos depósitos de beta amiloides nos espaços entre as células nervosas, além dos nós, que são “novelos” de proteína tau dentro das células do cérebro. Ambos são indicadores de Alzheimer.
Os investigadores descobriram que o estilo de vida, um peso corporal correto, a atividade física e uma dieta mediterrânea estão vinculados com níveis mais baixos de placas e nós.
O que é uma dieta mediterrânea?
É o nome dado a uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, cereais e peixes, com baixa ingestão de carnes vermelhas, laticínios e gorduras saturadas.
Merril disse que o próximo passo da pesquisa será escanear o cérebro para analisar as mudanças fisiológicas associadas a mudança de deita, a prática de exercícios, ao estilo de vida, ao estresse e a saúde mental.
A Associação do Alzheimer (Alzheimer’s Association) dá algumas dicas de como proteger seu cérebro:
- Exercite o corpo.
- Exercite o cérebro, leitura ou outra atividade mental.
- Não fume.
- Controle a pressão arterial, e o diabetes.
- Tenha uma dieta saudável.
- Durma bem. Evite o “ronco”.
- Procure ajuda em caso de depressão ou ansiedade.
- Seja socialmente ativo.
- Desafie a sua mente com jogos e desafios.
O Alzheimer afeta cerca de 5,4 milhões de pessoas nos Estados Unidos, e custa cerca de 200 milhões de dólares o tratamento desses pacientes.