O número de idosos que usam medicamentos que afetam o cérebro (psicotrópicos), mais que dobrou em uma década, nos EUA. É o que revela um estudo publicado dia 13 pela revista médica americana, “Journal of the American Medical Association (JAMA) Internal Medicine“. O mesmo estudo faz alerta para os riscos envolvidos.
Este forte aumento ocorreu especialmente entre os idosos das zonas rurais, onde a taxa de visitas ao médico triplicou durante o mesmo período.
Entre os medicamentos prescritos estão combinações de opiáceos, antidepressivos antipsicóticos e calmantes.
Essa combinação é preocupante pois pode ocasionar desde acidentes com quedas até o risco ao dirigir e problemas neurológicos, como dificuldade de raciocínio, perda de memória ou outros problemas cognitivos.
Recentemente o FDA fez uma alerta aos riscos envolvidos na combinação de analgésicos opiáceos e calmantes.
“O aumento que vimos nestes dados pode indicar que os idosos cada vez mais procuram assistência médica e aceitam tomar medicamentos para tratar problemas de saúde mental”
Donovan Maust – psiquiatra e um dos autores do estudo.
O estudo revelou, ainda, que cerca da metade das pessoas com mais de 65 anos que tomam esses coquetéis de medicamentos não parecem ter sido diagnosticadas anteriormente com problemas de saúde mental, insônia ou dor crônica.
Este fato revelado pelo estudo, é muito comum e vivenciado por nós profissionais de saúde, que constatamos com facilidade o hábito dos pacientes em procurar médicos apenas para pedir uma receita controlada.
Os medicamentos são uma ferramenta importante no tratamento de doenças, mas é sempre importante lembrar que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Mantenha-se informado, e com bons hábitos, e não deixe de aproveitar o fim de semana.